A tecelagem jacquard é a mais recente valência na coletânea de processos produtivos da Leiper. A produtora de têxteis-lar, conhecida pelos seus edredões, investiu cerca de 1,5 milhões de euros nos últimos três anos em novas áreas produtivas, que incluem também a fabricação de colchões.
Fundada em 1986, a Leiper decidiu há três anos alargar as suas competências a outras áreas além dos edredões, almofadas, lençóis e cortinados que fazem parte da sua oferta para o quarto. Primeiro vieram os colchões. «Comprávamos colchões que íamos vendendo, em quantidades que começaram a ser interessantes, pelo que decidimos arriscar na produção interna e o negócio está a correr muito bem», revelou João Pereira, diretor de exportação da Leiper, ao Jornal Têxtil, numa entrevista publicada na edição de novembro de 2016. «Já tínhamos muita experiência em edredões – há muitas sinergias de um negócio para o outro. Aproveitámos as máquinas que tínhamos de acolchoar, mas também comprámos outras. As nossas competências, tanto nos acolchoados como nos bordados, fizeram com que nos colocássemos na dianteira face a algumas empresas de colchões que existem há bastantes anos», explicou. «Vendemos somente para Portugal e para França, mas este último país representa cerca de 90% das vendas», acrescentou.
Em setembro do ano passado, foi a vez do investimento na tecelagem. «Até à data comprávamos sempre o tecido, muito dele em Portugal mas também importávamos. Agora decidimos adquirir quatro teares jacquard para produção própria. Estamos a avançar passo a passo. Acredito que vai correr bem, porque permitirá baixar os preços, já para não falar na rapidez de resposta», referiu.
2015 foi um ano de «recorde de vendas», com um volume de negócios de cerca de 4,5 milhões de euros, um crescimento que o diretor de exportação atribuiu «aos colchões, com peso mais significativo em valor comparativamente aos edredões [que ainda representam 40% a 50% das vendas]. É um produto de muito valor acrescentado».
As vendas para o exterior são, de resto, um filão ainda a explorar pela empresa, que começou a exportar apenas há cerca de seis anos. «Sentíamos que o mercado interno estava a abrandar», reconheceu João Pereira. Na altura, a empresa contava com 95% das vendas para Portugal e apenas um cliente em Espanha. Hoje, as vendas no mercado interno representam 60% e a Leiper exporta já para 18 mercados distintos. «Continuámos a fazer investimentos em máquinas de acolchoar para edredões – temos uma capacidade de produção enorme [1.300 edredões por dia], só a trabalhar num turno, de 8 horas, que Portugal já não absorvia, pelo que era necessário voltarmo-nos para fora», admitiu.
Com «a rapidez de entrega e a qualidade do serviço» como pontos fortes, a Leiper tem conquistado os clientes além-fronteiras passo a passo, estudando os mercados a fundo para perceber quais os produtos mais adequados a cada um. «Sem dúvida que está a correr bem, mas há mercados em que o nosso produto não tem a aceitação esperada. Por exemplo, constatámos que em França o nosso artigo de edredão não tem tanta saída como o colchão. Tem mais a funda nórdica, que também produzimos. Em Espanha e Itália já sucede precisamente o contrário: o edredão é o produto que vende mais», adiantou o diretor de exportação.
Um trabalho que não vai parar, já que a empresa tem um projeto de internacionalização no valor de 250 mil euros que inclui feiras em mercados como Espanha, Itália, Inglaterra, EUA, Dubai e Emirados Árabes Unidos e missões de prospeção em África e Ásia.
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